sábado, 22 de março de 2014

Ser Eu



Não é nada que não se possa resolver. 
Não me ligues somente, deixa-me estar. 
Deixa-me sobreviver. 

Quem sou eu, para ser o que quero?
Quem sou eu, para ter o que quero?

Sou herói da minha própria consciência, 
Reitor da minha digna irrealidade.
Sou perdedor de uma aparência, 
Movida a sagacidade. 

Fico só aqui neste canto.
Deixa-me só, deixa-me estar. 
Deixo a noite cobrir-me com o seu manto. 
Deixo-me só, deixo-me estar. 

Aquilo que tive é somente pouco. 
Aquilo que preciso parece-me nada. 
Quero aquilo que quero, assim, meio louco. 
Desejo aquilo que desejo, tudo ou nada. 

Quero-te a ti e a mim. 
Desejo-te a ti, sim.
Quero ser o que desejo ser: 
Meu próprio dínamo a mexer. 

Mas por agora deixa-me estar. 
Não me sigas, não me persigas, não assim. 
Sem intrigas, sem brigas, tu em mim. 

Soluço sobre o futuro, 
No medo de daqui, não o ver chegar. 
Peço-lhe que se empoleire no muro, 
E que o olho nos pisque a avisar.

Seremos dele. 
Espero ser EU, 
Entregue a ele.
Indiferente a ser teu. 

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