terça-feira, 15 de julho de 2014

Nunca Olhes a Solidão Muito de Perto
















Pedro colou a cerveja na estante,
Debruçou-se sobre o sofá
Suspirando, na respiração restante,
Olhando o gato e o que ele sonhará...

"Sempre que te sintas bem na tua solidão,
Sempre que te encontres bem contigo,
Não olhes muito de perto esse chão,
Perder-te-ás como um mendigo.

Sempre que o mundo te soe perfeito
Só assim quieto onde só tu te encontras,
Não olhes muito de perto esse efeito,
Será mais falso que manequins de montras...

Nunca olhes a solidão muito de perto,
Ou saberás que não és aquilo que vês.
És gato e não sabes o que digo de certo...
Nem eu sei como passou mais um mês".

Termina a cerveja e o gato abre os olhos
Não está sozinho como pensa,
Mas é melhor não ver muito de perto...