É um inferno líquido que cai na pele,
A amargura que humedece a roupa,
Deixando um claro e insípido fel...
A transgressão de uma mente louca.
É a beleza celestial que irradia em suavidade,
A larga brisa lenta ao toque,
Num transe estranho contemplando a raridade,
De algo tão recorrente, ainda assim um choque.
É a alegria de um terno beijo molhado,
Juntos ou em separado,
Na revelação do sentimento passado,
No reaver a escolha de um caminho acertado,
Na criação de um sentimento de viver reapresentado.
Ou ao nosso jeito:
Largados como único sujeito ao nascer-do-sol,
Como mortais, perecendo à vida em caminho estreito,
Olhando a chuva embebidos num coração mole.
Ainda que suspensos em pedra cardíaca,
Reabilitados e perdidos numa gotícula,
A perfeição em segundos, na absorção da Natureza.
Onde o mundo nesta partícula,
É na reciprocidade a mais pura pureza.
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