sexta-feira, 17 de maio de 2013

A normalidade é-me demasiado chata














O que faz do amor aquilo que é?
Que estranha sensação que gira o Mundo.
Longe da água e a perder o pé.
A ausência que traz um normal profundo.

Quando vivido, esbulha-se num passado questionável.
Se ausente, é vida que não se sente,
É logro, é mentira, é fraude, é irrealizável.

O que é o amor quando não mora?
Este estranho momento dando-nos certezas da vida.
Este estranho momento de máquinas lá fora.
O que é o amor quando não se lida?

Máquinas!
Ah, rodas dentadas humanas!
Presas na minha mente, demasiadamente livre de colorido.

Mais do que esta normalidade largada no meu pavor.
Há um receio de que seja este o sentido da vida.
Mais do que o tédio de um apaixonado sem paixão ou amor,
Há o medo de que tudo seja apenas isto:

Um só e longínquo traço vivido entre paredes e tectos.
Um cinzento sem tom, de sistema binário.
Um sem número de intelectuais projectos.

Esta estadia é demasiado curta para existir sem emoção.
Sim, o previsível não mata.
Sim, o calculado é a melhor acção.
Mas a normalidade é-me demasiado chata.

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