À noite quando me deito,
Ainda te procuro na cama.
Por entre toques de belo efeito
Como do oxigénio a uma chama.
À noite quando me deito,
Meu coração já não fala.
Só a cabeça teu nome rarefeito
Num vazio calado que não cala.
À noite quando adormeço,
Minha respiração já não treme.
Começa o pesadelo onde te peço
Numa febre que geme.
À noite quando durmo,
Vem o silêncio do teu grito.
Um caminho sem rumo,
Um paradoxo rescrito.
Ao passado largaste-me a passagem.
Vedaste-me a imensidão.
Cerraste-me vista
Numa clara mensagem:
"Eis teu destino, sem solidão,
Eis teu futuro, arrisca."
Ao presente largaste-me a surpresa.
Abriste-me a cortina.
Mostraste-me a admiração.
Sem necessidade de auto-defesa,
Meu modo, minha sina,
É ter-te em destino na mão.
Quem procura nem sempre alcança.
ResponderEliminarQuem está distraído nem sempre não vê!
Por vezes distraidamente procuramos e encontramos.
Só o tempo e a consciência é que sabem.