domingo, 17 de fevereiro de 2013

Amor



À noite quando me deito, 
Ainda te procuro na cama. 
Por entre toques de belo efeito
Como do oxigénio a uma chama. 

À noite quando me deito, 
Meu coração já não fala. 
Só a cabeça teu nome rarefeito
Num vazio calado que não cala. 

À noite quando adormeço, 
Minha respiração já não treme. 
Começa o pesadelo onde te peço
Numa febre que geme. 

À noite quando durmo, 
Vem o silêncio do teu grito. 
Um caminho sem rumo, 
Um paradoxo rescrito. 

Ao passado largaste-me a passagem. 
Vedaste-me a imensidão. 
Cerraste-me vista
Numa clara mensagem:
"Eis teu destino, sem solidão, 
Eis teu futuro, arrisca." 

Ao presente largaste-me a surpresa. 
Abriste-me a cortina. 
Mostraste-me a admiração.
Sem necessidade de auto-defesa, 
Meu modo, minha sina, 
É ter-te em destino na mão. 

1 comentário:

  1. Quem procura nem sempre alcança.
    Quem está distraído nem sempre não vê!
    Por vezes distraidamente procuramos e encontramos.
    Só o tempo e a consciência é que sabem.

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