sábado, 24 de novembro de 2012

Selado a Lacre









Tenho para ti uma carta a lacre selada.
Carta outrora escancarada,
Que se fechou, selou e se mantém actualizada.

Se te peço atenção (sabendo que em vão),
Serei capaz de te a ler outra repetida vez?
Levar pontapés, socos, ser atirado ao chão?
Será a carta ressuscitadora naquilo que lês?

Cada letra lá escrita,
Uma histeria contida.
Um sussurro gritado.
Como se o mundo pudesse assim ser alterado.

Se não te aceno (meio que sem sentido),
Não sigo. Não respiro.
Nem doente, nem deprimido.
Estou morto.

O coração acelera,
O sangue evapora,
O cérebro em "tilt"
E o juízo que nunca mora.

Em que estado e em que decisão me encontro?
Quem me dera saber.
Se de tudo o que queria era um reencontro,
Selado a lacre como na carta que tenho para te ler.

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