terça-feira, 4 de junho de 2013

Passos

Largos e pequenos.
Rápidos e vagarosos.
Começam de muito menos,
Inconsequentes, jocosos.

Trapaceiam-se atordoados,
Na posse de quem não os conhece.
Sapateado infantil sem sapatos,
Tormentos de quem os tece.

Gozo de mil espectadores,
Da ignorância dos adultos:
A beleza desses momentos construtores,
Nos ladrilhos, esses mil tumultos!

Os passos deixam  de ser quem são,
Criam-se na constante obstinação,
Dos obstáculos na sua dimensão,
Os passos deixam de ser quem são.

A inocência dos primeiros passos,
Rejeita a beleza da sua simplicidade.
A inocência dos primeiros passos,
Perde-se na idade.

A vida é mais bonita no vulgar significado,
De que os passos são passos no chão.
A vida é mais bonita no vulgar significado,
De que os passos nunca sofrerão.

Urge ler a simplicidade da vida na ignorância da primeira vez.
De quando caímos e choramos.
De quando rimos e saltamos.
Mantendo-te criança nos passos do que lês.

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